quinta-feira, 15 de agosto de 2019

MOMENT – Paulo Macedo

 
Natural de Brasília, Paulinho, como é conhecido pelos amigos, nos contou um pouco sobre a realidade do mercado de skate nos EUA e suas vivências como fotógrafo.

Como surgiu a oportunidade de mudar para os E.U.A?
 
Vim para os Estados Unidos com o intuito de andar de skate e trabalhar, só não imaginava que iria trabalhar com foto. Cheguei aqui pintando casa e fazendo serviços em mercados.
Fazia faculdade de jornalismo antes de vir pra cá mas larguei no 5° semestre, quando tive a oportunidade de vir pros EUA.

E o envolvimento com foto de skate?
 
Fui comprar minha câmera no final de 2009, porque sempre tive vontade de ter uma, mas não tinha noção de onde uma câmera me levaria.
Em 2010 comecei a me envolver com fotografia de skate. Só queria registrar momentos das minhas viagens e dos meus amigos. Com tempo fui aprendendo, evoluindo e tudo foi fluindo naturalmente.

Você acha que se tivesse ficado no Brasil, hoje você estaria trabalhando com fotografia ou teria seguido outro caminho?
 
Poderia estar trabalhando, mas não com Skate. Porque o mercado do skate no Brasil está em outras cidades, não de onde eu morava. Também existe o fato das marcas não terem dinheiro pra pagar os fotógrafos. Talvez poderia ser outra coisa, porém eu tenho essa filosofia de fazer o que eu gosto e eu sou feliz sendo fotografo, não importa se sou fotografo de skate, casamento ou fashion.

Quais os impactos que você sentiu tanto como skatista, quanto como fotógrafo ao chegar aí?
 
Foi difícil de me envolver aqui, primeiro pelo fato de ser estrangeiro e também de não conhecer a galera, aprender a falar a língua e o principal adquirir a confiança dos gringos.

Pedro Biaggio – Switch Flip
 
 
Mika – Fs Nosegrind
 
 
 
Ivan Monteiro – Fs Feeble 
 
 
Gino – Kickflip 
 
  Gabriel Fortunato – Bs Ollie

Como as mídias (revistas/sites) o recebeu?
 
A The Skateboard Mag tinha um espaço no site para novos fotógrafos, eu enviei umas fotos, mas nunca obtive resposta deles. Eu estava no Brasil trabalhando com fotografia de casamento e ajudando a minha mãe e comecei a juntar dinheiro para mandar para minha ex, que já morava aqui. Ela ia me comprar uma fisheye (lente), então postei num site aqui dos EUA procurando por uma lente e quem me respondeu foi o Anthony Acosta. Quando eu vi o e-mail, perguntei se era o fotógrafo de skate e ele disse que sim, falei pra ele que também era fotógrafo de skate, que estava no Brasil. Ele quis ver o meu trabalho, quando mostrei, ele falou: – Pow cara, você é um fotógrafo incrível, eu quero te conhecer pessoalmente. Passado um tempo, minha ex foi lá comprar a lente, ele me deu um livro dele autografado e eu fui à uma exposição de fotos dele quando cheguei nos EUA. A segunda vez que eu o vi, foi no The Berrics. Ele estava com uma galera que acabei conhecendo através dele, o Dave Swift, editor de fotografia da revista e o Grant Brittain, o editor chefe. Como sempre tenho meus trabalhos no celular, mostrei a eles e falei que tinha enviado no site, mas ninguém me respondeu. Então eles falaram: – A partir de hoje você vai começar a mandar foto direto pra gente. O fato de ser irmão do Felipe Gustavo me facilitou contato com muitos skatista, mas o Acosta foi o cara que me abriu as portas na Skateboard Mag.

Com relação a valorização do material fotográfico, você cita que as marcas nacionais não tem dinheiro, como que é essa questão aí, já que são marcas a nível mundial, como que é a relação: marca, fotógrafo e skatista?
 
Aqui com 100 dólares você compra qualquer equipamento de foto, dá pra você comprar uma lente, dá pra você consertar alguma coisa, já com 100 reais no brasil não consigo ter o mesmo acesso que aqui. Tem essa diferença de valor e aqui os caras valorizam mais, as marcas têm mais grana, já tem tipo um padrão. Já no Brasil não, os caras ficam chorando, esse é o problema.

O que mudou na sua visão em relação ao Brasil, por você estar inserido agora em outro meio, tendo uma percepção de fora, onde você percebe as falhas tanto com os skatistas, quanto com os fotógrafos.

O que você acha que faria o mercado do skate avançar e talvez sair desse polo Rio – São Paulo, enfim, ter visibilidade mesmo não só naquele lugar?
 
O Brasil é minha raiz, minha casa. Mas no Brasil tem uma grande indústria no skate mundial e tem vários skatistas com nível absurdo, não só no skate como na foto. Pra te falar a verdade no skate sempre vai ter panelas. É igual aqui. Califórnia é a cena mundial e se você não vier pra cá você não vai estar inserido nessa panela. No meu caso nunca tive que ir a São Paulo ou pra nenhum outro lugar do Brasil para as pessoas reconhecerem meu trabalho. Sempre fiquei em Brasília e acredito quando você é bom no que você faz, sempre vai ter espaço e as pessoas vão te achar. Sempre procurei evoluir no que fiz independente de lugar ou da opinião dos outros. Muitas pessoas vão falar que consegui pelo meu irmão ou sorte. Mas sempre tive muita fé em Deus e também no que fiz. Acreditei que um dia iria tirar fotos dos melhores skatistas e tudo foi um processo. Envolver-me com os gringos é totalmente diferente do que com os brasileiros, aqui é outra cultura e não tem o jeitinho brasileiro. Os caras são business e poucos são seus amigos. Então faço o meu melhor e tento meu relacionar da melhor forma possível com as pessoas. Tudo na vida é baseado em relacionamento. Porém, você não pode desistir dos seus sonhos não importa o que as pessoas vão falar ou pensar. Tenha fé em Deus e em você. Obrigado central pela oportunidade, minha família e amigos que acreditaram no meu trabalho e Deus por me guiar nesse mundo.

O eclipse de duas mentes


Penyy and Pepë é um coletivo artístico de Florianópolis (SC) que lançou recentemente o “O eclipse de duas mentes”, vídeo de Felipe Pereira Humphreys e Kalany Varela.

O projeto traz manobras de skatistas como Pedro Volpi, Pedro Barros, Marcelo Garcia, Vi Kakinho, entre outros, e junto uma mensagem do artista Dierã Marques envolvendo a cultura e a desordem dentro da ilha, conscientizando sobre os impactos dos hábitos de consumos no meio ambiente. Check & Play:



[BAÚ] ZNC - Evolução Natural 2007



Segue mais uma relíquia do skateboarding da Capital Federal, sessão nostalgia do nosso BAÚ resgata agora pra vocês o ZNC - Evolução Natural de 2007...

O Zona Central Skate Movie - ZNC nasceu com o intuito de dar um estímulo e divulgar a evolução do skate do Distrito Federal. Entre suas primeiras obras está o ZNC - Evolução Natural (2007), produção de Cledson Soares que contou com partes dos novos talentos do street do cerrado, como Alber Leandro "Milagrinho", Ângelo Joaquim, Caio "Boca" e Luiz Paulo "Aladin", além das participações de Klaus Bohms (SP), Daniel Marques (SP), Diego "Chaveirinho"(SP), Washington Pereira(DF), Igor Calixto(DF), Anderson "Baratinha"(DF) e Robson "Galego"(DF). Um verdadeiro marco em vídeos especializados em skate no Distrito Federal, sem dúvidas marcou toda uma geração e por esse motivo juntamos todos os movies no Para Entrar no Gás e prestigiar vocês com o ZNC - Evolução Natural. Check:

Intro

Parte 2 | Caio "Boca"


Parte 3 | Angelo Joaquim


Parte 4 | Klaus Bohms & Daniel Marques

Parte 5 | Zona Central


Parte 6 | Igor Calixto & Anderson Baratinha

Parte 7 | Alber Leandro

Parte 8 | L.P. Aladin 

Parte 9 | Final

Boas sessions...