terça-feira, 19 de novembro de 2019

Trocando Ideia! | Ex-traficante leva filha à Seleção Brasileira

Ex-presidiário, Garcia Rodrigues deixou a vida de crime com a ajuda do esporte e atualmente é treinador e empresário da filha, a jovem skatista Isabelly Ávila.


São pelo menos três horas por dia juntinhos, na pista de skate, suando a camisa e tentando, tentando e tentando, sem desistir, até acertar a manobra. Essa é a rotina de Garcia Rodrigues, de 35 anos, e Isabelly Ávila, de 14, da cidade de Itapetininga, no interior de São Paulo. Quem olha de fora pode pensar que são apenas pai e filha “brincando” juntos. Mas trata-se também de um treinador orientando sua atleta e, mais do que isso, o esporte significa uma segunda chance. Se hoje a pequena Isa é membro da seleção brasileira e é a sexta atleta do país mais bem colocada no ranking olímpico é muito pelo esforço e pela redenção de seu pai.

Garcia Rodrigues já teve uma vida no crime. Ele se envolveu com o tráfico de drogas, participou de roubos e foi preso duas vezes. Mas o skate, sua paixão da adolescência, o tirou desse mundo e o recolocou nos trilhos. Hoje, ele se dedica inteiramente à carreira da filha e é casado com Jaqueline, mãe de Isabelly, com quem tem dois outros filhos, Ana Luiza, que já começa a dar seus primeiros passos no skate, e Emanuel, ainda bebê de colo.

“Eu fui preso duas vezes. Em 2003, na primeira vez, eu fiquei um mês. Aí eu saí de provisório. Ao invés de aprender, não… Eu saí pior. Aí eu fui preso em 2009. Cumpri minha pena de um ano e oito meses por tráfico de drogas e saí em outubro de 2010”, falou.

A esposa relata a dificuldade que foi para a cabeça de Isabelly entender a situação.

“Foi bastante difícil. Na verdade, eu tive bastante ajuda da mãe dele e da irmã dele, né? Porque mexeu muito com ela. Ela é muito apegada com ele. Ela chamava o pai dela. E aí a gente tentava dizer que ele estava trabalhando. Daí ela se acalmava. Mas era todo dia. Acho que foi uns seis meses assim. Daí quando ela ia visitar ele, a gente falava que lá era o trabalho dele. Ela falava: “Meu pai está trabalhando na cadeia”, contou Jaqueline.


“Inclusive teve momentos que eu queria estar presente aqui na rua, tendo a presença como pai, e eu não podia, né? Quando eu fui ver as primeiras letras, que ela tava aprendendo a escrever, fui receber através de cartas. Quando eu fiquei sabendo que ela aprendeu a andar de bicicleta não fui a pessoa que soltou a mão do banco da bicicleta pra ela aprender”, completou Garcia.

A segunda chance veio com o skate, paixão antiga de Garcia que, aos poucos, aflorou em Isa.

“Na verdade, como eu não fiquei perto dele, eu acho que eu queria chamar a atenção dele, né? E eu não gostava muito no começo. Andava só pra gente ficar perto mesmo. Daí eu parei e fiz balé meio período. Depois eu voltei e aí eu comecei a gostar mesmo. Eu voltei acho que com nove anos”, explicou a skatista.

Isabelly disputa o Circuito Profissional. No último Campeonato Brasileiro, o STU, terminou na sétima posição. Esse ano disputou pela primeira vez a Liga Mundial de Skate Street (SLS), em Londres, e conseguiu chegar à semifinal. Ela está na seleção brasileira, o que significa que agora terá todo o apoio da Confederação Brasileira de Skate (CBSk) na corrida olímpica, inclusive financeiro, que possibilita que ela faça as competições internacionais.

A segunda janela vai até dia 31 de maio do ano que vem, e Isa precisa ficar entre as três melhores do país. Hoje é a sexta. Uma dificuldade, contudo, é que devido ao fato de ter sido presidiário, Garcia tem problemas com o visto de entrada em alguns países, como nos Estados Unidos.


Como forma de retribuir a segunda chance que teve, Garcia Rodrigues faz também um trabalho social em Itapetininga. A primeira missão foi restaurar a pista de skate da cidade. Com a ajuda de outros skatistas, conseguiu que a Prefeitura local fizesse uma reforma completa. O segundo momento foi de ressocializar a área, que estava sendo tomada por usuários de drogas e traficantes. E o terceiro – e atual – é de ajudar a molecada com shapes, trucks e rodinhas que Isabelly consegue através de seus patrocínios. Há até quem o chame de pai por lá hoje em dia.

“Foi uma forma que Deus achou de usar minha trajetória. Hoje desenvolvo um trabalho na minha comunidade. Batalhamos pela reforma da pista de skate, que estava abandonada. Quando os moleques saíam para competir, sentiam dificuldade. A pista não dava o que eles precisavam. Foi uma luta de mais de dois anos”, concluiu.

Por: Gabriel Fricke e Léo Hamawaki
Fonte: Globo Esporte

[BAÚ] Robson Amorim Obrigah 2014


[BAÚ] Retrospectiva do ano de 2014 do skatista Robson Amorim "Galego" natural de Brasília. Check & Play:



Fonte: Street Loyal

“Heartbeats to Heaven” – skate no coração da América do Sul


“Heartbeats to Heaven” é um mini-documentário da Red Bull produzido no coração da América do Sul com Giovanni Vianna, Angelo Caro, Tyler Surrey e Maxim Habanec.

Os quatro skatistas andaram por 12 dias em picos no Paraguai, Argentina e Brasil, mais especificamente em Foz do Iguaçu, cidade que faz fronteira com a paraguaia Cidade Del Este.

O vídeo foi produzido pelo meu Mano Marcos de Souza, conhecido pelas imagens muito bem captadas e editadas. Check & Play:



Acima a primeira parte do “Heartbeats to Heaven”, e em breve o post será atualizado com o episódio final.

Fonte: skataholic