sábado, 14 de setembro de 2013

Ta Em Casa | O skate na música ou a música no skate? | PARTEUM

   Ta em casa na área apresentando os principais sons ligados ao skate na cena local, nacional e internacional. Desta vez em edição especial, acompanhamos o site SKATE SAÚDE, que algum tempo atrás soltou uma matéria muito massa, sobre " O skate na música ou a música no skate?" que retrata muito bem e de maneira completa a relação da música com o skate e o skate com a música, e devido ao nosso grande fascínio pela matéria vamos apresenta aqui a vocês agora por partes começando com o PARTEUM, confira na sequência a entrevista realizada pelo SKATE SAÚDE (SS) e finalizando com o som de trabalho:

Por SKATE SAÚDE,
   A música é a arte ou ciência de combinar sons de modo agradável ao ouvido, uma forma de expressar sentimentos ou de relembrar bons momentos. O Brasil é um país com uma cultura musical bem ampla contendo muitos estilos que acabam sendo a trilha sonora de nossas vidas. O skate tem uma ligação muito grande com a música, partes de vídeo são lembradas não só pelas manobras, mas também pela trilha sonora. Muitos skatistas tocam algum instrumento e acabam formando bandas, outros expressam o dia a dia das ruas cantando. Prova disso é que o Skate Saúde conseguiu entrevistar três grandes nomes da música brasileira, mais precisamente o rap. O que eles têm em comum? Antes de qualquer coisa, são skatistas! É com muita alegria e satisfação que apresentamos os três entrevistados do mês para falar sobre música e principalmente skate, Doncesão, Parteum e Kamau confiram agora um pouco da trajetória destes três skatistas-músicos ou músicos-skatistas.

PARTEUM


Nome: Fábio Luiz
Idade: 35 anos
Tempo de skate: 23 anos
Local: São Paulo

SS- Conte para nós como foi seu início no skate, suas influencias e onde eram suas sessões?
Primeiro, ao sair mais cedo de um aula de laboratório, cruzei o Césinha (Carpanez, do selo Highlight) andando na rua do Museu do Ipiranga. Foi meu primeiro contato com o skate, eu tinha 12 anos. Acho que a frase "Posso dar um rolê?" desperta certa ira no Césinha até hoje, mas nos tornamos amigos por isso. No fim do ano, depois de ter sido aprovado, ganhei um set up da Pro Life (Model André Osório). Meu pai tinha a mania de só liberar o presente no dia 24 de Dezembro, antes da ceia e, na época, passávamos o Natal na casa dos meus avós maternos em Araraquara. Rolavam sessões na cidade e no Clube Náutico. Foi assim que conheci os Marchesoni (Gustavo Pig e Juninho), foi assim que tive acesso aos primeiros videos da H-Street, fiz amizade com o Chupeta, com o Taro (ambos foram patrocinados pela Sessions no passado). Sem saber, foi logo ali nos primeiros dias de skate que comecei a moldar minha vida adulta, ao achar um link entre viagens para Araraquara e novos picos para andar.

SS- Você morou um tempo nos EUA, fale um pouco sobre este período e quais os principais benefícios desta época?
Ter descoberto uma outra cultura, ter vivido na terra do Skate, ter ido à shows que custariam muito caro por aqui, ter estudado design. Tudo isso contribuiu para que eu estivesse aqui, decidido, fazendo o que gosto de fazer sem amarras.

SS- E a música, quando você percebeu que tinha talento para rimar e produzir?
Até 2001, eu não havia percebido ou decidido isso, só fui fazendo o que o meu coração mandava. Quando assinei meu primeiro contrato de licenciamento com a Trama, passei a enxergar o que faço com mais seriedade. Sempre tive consciência de que havia mais arte acontecendo, por isso organizei coletâneas, de repente isso também vem do skate, dos tempos que organizávamos pequenos campeonatos na extinta Jr. Skatepark, lá em São Caetano, dos tempos do Circuito Interbairros em São Bernardo. Paulo David, Toshihiro Shibayama e Álvaro Codevilla, muito obrigado!

SS- Há muitos anos atrás veio na revista 100% Skate um cd chamado “100% Stereo” onde tive a oportunidade de escutar pela primeira vez um som seu, o que mudou na sua música desta época para cá?
Os equipamentos e os arranjos, creio eu.

SS- Um sonho para a grade maioria dos skatistas é um dia se profissionalizar, você conseguiu realizar este sonho, como foi sua passagem para profissional?
Acho que fiz parte da última geração de skatistas a passar para Pro com as honras da UBS (União Brasileira de Skate). Seu Fernando Ribeiro, pai do Alexandre (Ribeiro) era o presidente na época. Eu tive que ficar entre os 10 primeiros do ranking amador nacional para poder passar. E também era obrigatório passar para a categoria profissional com um model em vista, até por isso acabei saindo da Styllos e entrando na Cush.

SS- Você teve parte no vídeo “Febre da Roça”, como foi fazer uma parte de vídeo em uma época onde isto não era muito comum no Brasil?
Normal, até encontrei o Ralf (diretor do video) na premiere do Dirty Money. Não fazíamos idéia da importância daquilo, era nossa maneira prática de tentar justificar o investimento com a equipe. A Perfect Line era diferente das outras marcas da época, tínhamos um salário médio, mas não havia escassez de material. Em dado momento, o Ricardo (sócio da marca) mandou uma caixa de shapes para Torrance, onde eu morava com o Fabrício da Costa, Chupeta e Chaves, entre outros. O foco da equipe era andar de skate, ter bons models, fazer apresentações e o mais importante: ser um time de amigos. Hoje em dia, o Hélcio mora na Europa, o Fabrício nos EUA, quem está no Brasil está espalhado por outras cidades, mas a gente se fala e, lembra com carinho do tempo em que éramos um time.

SS- Por falar em vídeo, recentemente você participou do documentário “Dirty Money”, como foi relembrar esta época mágica do skate nacional e reencontrar todos os amigos que ajudaram a escrever esta página na história do skate brasileiro junto com você?
Há algo mágico nisso tudo, sim. Nem sabia o que falar para o Lampi (Irmão do André Qui), quando o vi. Me lembro de ter lido a primeira entrevista do Matt Hensley com ele, durante o aquecimento de um campeonato em Pira (1992). O Alê (Vianna) foi meu chegado de faculdade, era Pro pela Cush quando eu me profissionalizei. Chupeta, Chaves e Mancha são irmãos de outras mães que eu tenho. Não acho que fiz amigos na música, se levar em consideração o que vivo no skate até hoje.

SS- Há algum tempo atrás você trabalhou com a Nike SB no projeto “Custom Series”, que falava sobre memórias musicais dos skatistas da marca e você criou uma trilha sonora para cada um deles, como foi participar deste projeto e como é fazer música para skatistas?
Fazer música para qualquer fim significa colocar determinados sentimentos num espaço finito, é condicionar sentimentos. Eu nunca traduziria a liberdade do skate, e a correria do trio (FC, Gordo e Gerdal) com total fidelidade. Acho que o que criei é uma janela para o mundo de cada um deles.

SS- Cite alguns ídolos do skate e da música que te inspiraram a seguir neste caminho?
Sérgio Fortunato De Paula, Jovontae Turner, Sal Barbier, Alexandre Ribeiro, De La Soul, Hieroglyphics, Herbie Hancock, Nasir Jones, Rakim. Não diria que me inspiram diariamente como o meu avô (Seu Francisco Benedito), mas transitam entre as idéias que tenho.

SS- Apesar da vida agitada ainda sobra tempo para andar de skate?
Sim, até faço um workout para fortalecimento dos joelhos na academia. Um amigo fisioterapeuta (Salve, Rena!), que também pretende andar até depois dos 40, me ajuda com isso. Mancha e Chupeta não me deixaram parar, quando eu realmente foquei nas coisas do estúdio.

SS- Quais os planos para o futuro?
Continuar.


Fonte: SKATESAÚDE.

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