O skate deixa marcas que vão além do óbvio, formando simbologias que mostram muito a forma como o skatista se comporta. Na edição 04 ano 14 da CemporcentoSKATE, falamos sobre os efeitos e desgastes provocados pelo skate em nosso corpo, como contusões e problemas crônicos. Agora, chegou a hora de passarmos para o outro lado e ver o que acontece com o nosso skate, roupas, tênis, acessórios (relógio, aliança), e até mesmo com o porta-malas do carro. Existem diversos exemplos das marcas deixadas pelo skate, e mostramos algumas delas aqui.
Tênis: Responsável pelo contato direto entre o skatista e o skate, é o que mais sofre. Inclusive identifica muito de nossa personalidade. É muito fácil saber se uma pessoa anda de skate, basta olhar para o tênis que está calçando. Devido a ação da lixa, o cabedal (parte de cima) do tênis, mesmo fabricado especialmente para andar de skate, sofre significativo desgaste. Antigamente, gastava-se mais o tênis do pé da frente; hoje, com o switchstance obrigatório, o par sofre (quase) por igual.
Calça: Devido aos fortes impactos e o relacionamento próximo com pedras portuguesas e chão áspero, presentes nas quedas, a calça absorve os indesejados ralados, que fazem parte da vida de um skatista. Buracos não demoram a aparecer em regiões como barras, laterais, bolsos de trás e da frente da calça. E é no mínimo curioso que algumas marcas famosas tenham adotado lavagens que simulam a aparência de desgaste, principalmente na parte da barra. Há quem compre calças assim no Shopping, mas skatistas preferem “fabricar” as suas.
Camiseta: Quer saber se a sessão foi forte? Basta olhar o estado da camiseta de um skatista. Óbvio que as vezes tudo dá certo, e a t-shirt sofre apenas com o suor. Mas nem sempre é assim. E a marca (em geral nas costas) na camiseta é a prova da intensidade do rolê. Algumas vezes as camisetas não passam de uma sessão de rua. As que resistem, não passam impunes: no mínimo podem ser identificadas pelos furos causados pelo atrito com as tachas do cinto.
Rodas: Por questões óbvias, as rodas sofrem e absorvem impactos e se desgastam com rapidez em pisos ásperos. Também pode acontecer de você sair com suas rodas novinhas da loja, e ao voltar uma determinada manobra “espirrada” por infelicidade, deixar as rodas “quadradas”. Para descobrir se isso aconteceu, basta sentir os pequenos trancos nos pés e o inconfundível barulho das mesmas deslizando no chão. É triste, mas acontece.
Eixos: Os eixos sofrem consideráveis danos, especialmente quando fazem parte de um típico skatista de rua, que gastam sem dó a liga de metal em ásperas e imperfeitas bordas. Adeptos de transições também consomem de maneira devastadora os eixos em copings, especialmente se costumam andar em pistas que possuem coping block (de cimento). Em alguns casos, o skatista abusa tanto de grinds que chega a gastar os trucks até o prisioneiro, como é conhecido popularmente o parafuso que está “dentro” do eixo e é responsável por segurar as rodas.
Shape: Sem dúvida o shape é a parte que mais sofre de todo skate. Por ser a única peça feita de madeira, sua durabilidade é imprevisível, pois basta pisar errado na volta de uma manobra que o mesmo pode ir embora logo na primeira sessão. Além de quebrar com certa facilidade, é inevitável que o shape sofra avarias em pancadas no chão, bordas, além do desgaste natural, que vai deixando seu shape cada vez menos “seco” e, por conseguinte, diminuindo o seu pop.
Bordas: Uma cidade oferece inúmeros picos skatáveis que passam desapercebidos por não-skatistas. Quando um desses lugares já foi explorado por um skatista, as marcas deixadas pelos eixos, pelo shape ou até mesmo pela vela, servem como uma espécie de indicador para que outros skatistas também utilizem o pico.
Equipamentos de Segurança: Feitos para proteger o skatista de tombos, podemos dizer que os equipamentos de segurança nasceram para sofrer. Nesse grupo formado por capacete, wrist guard, cotoveleiras e joelheiras, o último é o que está constantemente em contato com o chão. Já o capacete, wrist guard e cotoveleiras funcionam como prevenção em caso de uma queda mais brusca, onde o skatista não tem tempo para cair de joelhos.
Relógio: Nem sempre o relógio é utilizado durante as sessões. Porém, quando o skatista resolve mantê-lo no pulso, é certeza que significativos estragos irão acontecer. As quedas fazem com que o acessório tenha contato direto com o chão e obstáculos, acarretando em arranhões na pulseira, no corpo do relógio e principalmente no vidro, que em muitos casos não resiste e acaba quebrando. Se você é daqueles que possuem zelo e gostam da peça, recomenda-se tirá-lo do braço, pelo menos nos momentos em que estiver em cima do skate.
Aliança: Por estarem presos ao dedo, alianças e anéis acabam “machucados” pelo contato com a lixa e situações onde o skatista apóia a mão no chão para executar alguma manobra ou para amortecer uma queda. Existem também situações inusitadas, como esse exemplar da foto, que além de visíveis ranhuras, reserva resquícios de massa plástica utilizada no conserto de algum obstáculo.
Porta-malas: Lugar para se carregar skate no carro é no porta-mala e, justamente por esse motivo, muitos acabam danificados com o tempo. Especialmente se o motorista tiver o costume de fazer curvas bruscas com seu carro, o que faz com que o skate se choque contra as paredes e a tampa traseiras.
Esta matéria foi publicada na edição 06 - ANO 14,da revista Cemporcentoskate em 2009.
Fonte: CemporcentoSKATE.
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