As olímpias de 2016 aportam no nosso país, o Brasil irá sediar a maior competição olímpica do mundo na cidade do Rio de Janeiro e em virtude dos últimos jogos olímpicos (Londres) sempre vem a tona a discussão sobre o skate como esporte olímpico, o skate deve ou não se integra às olimpíadas? Para a contribuir com o assunto e trocarmos ideias, recorremos a uma recente matéria, disponibilizada pelo site SKATEBOARDING MILITANT, confira...
Por: Guto Jimenez,
A cada quatro anos, repetem-se os Jogos Olímpicos. Em 2016, serão realizados no Rio e farão com que os olhos da comunidade esportiva mundial se voltem para a Cidade Maravilhosa. Afinal de contas, é o evento esportivo de maior audiência televisiva, e estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas assistiram a pelo menos uma disputa nessa jornada que acabou de terminar.
Da mesma forma, a mesma conversa volta à tona a cada quatro anos: A inclusão do skate como modalidade olímpica.
Há inúmeras questões envolvendo o tema, algumas das quais encontram-se sem solução até agora. Por exemplo, existe um pleito para que a ICU (União Ciclística Internacional) seja a entidade esportiva responsável por abrigar o skate sob a sua chancela e, portanto, possa regulamentar sobre os formatos de competição. O COI (Comitê Olímpico Internacional) somente aceita a inclusão de modalidades esportivas com este tipo de chancela, e tem sido assim desde que a entidade maior do esporte olímpico foi criada. Já existem conversas avançadas nesse sentido, e tudo indica que uma decisão será tomada até o final desse ano. Isso poderia fazer o skate ser uma modalidade de exibição já em 2016, tornando-se modalidade de competição a partir dos jogos de 2020.
Não vou entra no mérito da questão de misturar ciclistas com skatistas, pois essa é uma questão meramente burocrática. Tampouco irei questionar a competência de quem quer que seja, uma vez que esse formato de competição é realizado com sucesso há mais de um século. Só abro um parêntese pra dizer que, seja lá quem for que vá regular o skate olímpico, terá de seguir os formatos de competição adotados em competições por todo o planeta pelas entidades de skate.
Tudo muito bom, tudo muito bem... mas o que há por trás disso?!
Não vamos nos iludir achando que será um ganho imenso pro skate e sua inclusão como modalidade olímpica, pois a ótica é justamente a contrária: será um ganho muito maior pro COI a inclusão do skate. Como assim?! Simples: se você assistiu a alguma competição deve ter reparado que poucas eram aquelas que estavam absolutamente lotadas, com lotação esgotada. Os motivos vão muito além do alto preço dos ingressos cobrados no Jogos, uma das muitas formas dos promotores do evento terem seus retornos financeiros garantidos. O buraco é muito, muito mais embaixo já que os índices de audiência dos canais que transmitem as disputas foram abaixo das expectativas, não só no Brasil como em quase todo o mundo.
O público jovem não está vendo muito o apelo nos Jogos, e esse público é influente sobre seus familiares de uma maneira decisiva. Esse mesmo público praticamente forçou a inclusão do snowboard nas Olimpíadas de Inverno, cujos índices de audiência encontravam-se em níveis perigosamente baixos no final do século passado, Bastaram as pranchas deslizarem neve abaixo valendo medalhas olímpicas, e pronto: a audiência subiu novamente como que por um milagre...
Os índices de audiência desses Jogos de 2012 também não foram nada animadores, pela terceira vez consecutiva. Praticamente o mesmo número de expectadores assistiu às disputas, o que é muito ruim pros negócios envolvidos no meio. Afinal, isso quer praticamente dizer que o interesse diminuiu já que a população mundial cresceu no período. E olha que eles incluíram provas de bmx na disputa, crentes de que isso poderia aumentar a audiência entre os jovens - o que não ocorreu. Mas isso não é nenhuma surpressa, sabendo-se da pouca representatividade desses bikers em suas comunidades.
Portanto, o skate será incluído nas Olimpíadas mais dia menos dia. Provavelmente, as modalidades serão aquelas que se identificam com o chamado ideal olímpico: slalom e speed, onde o mais rápido e preciso sempre ganha. Não é possível ainda vislumbrar um cenário onde street, vertical e freestyle sejam incluídos pelos simples fato de que os critérios de julgamento são totalmente subjetivos.
Reitero o que disse acima: a possível inclusão irá beneficiar muito mais o COI, os promotores e patrocinadores das Olimpíadas do que o skate em si. É óbvio que haverá um aumento de interesse geral (público, mídia e mercado) pelas modalidade em disputa, e isso se refletirá no número de praticantes, nas competições ao redor do mundo. Mas essas modalidades sobreviveram ao desprezo de mercado e mídia durante um tempão e ressurgiram com força própria há alguns anos, antes dessa história olímpica ser cogitada. Vivemos num sistema onde o dinheiro fala mais alto, o que não dixa dúvidas sobre a inclusão dos carrinhos e carrões nas Olimpíadas num futuro não muito distante.
Fonte: SKATEBOARDING MILITANT.
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